Deus se interessa por todas as decisões que tomamos e por isso ele nos deixou princípios sábios para cada área da vida. Com respeito às questões amorosas, é necessário lembrar que o amor não precisa ser cego, pois Deus é amor e ele claramente conhece todas as coisas. Assim, é possível encontrar várias orientações nas Escrituras sobre a pessoa com quem um cristão deve se casar.
Em nossa cultura, o namoro e noivado são períodos oportunos para conhecemos melhor a pessoa amada a fim de assumirmos o comprometimento de cultivar esse relacionamento pelo resto da vida. Logo, o compromisso já começa no namoro, podendo então se estender para o resto da vida. Qualquer pessoa que se empenha no namoro deveria, portanto, se empenhar em conhecer melhor a pessoa amada.
O leitor interessado encontra abaixo dez itens sobre algumas características que podem resultar em problemas futuros no relacionamento conjugal. Conquanto se saiba que nada é impossível para Deus, é necessário que o crente tome suas decisões com prudência e sabedoria. Dessa forma, vejamos algumas pessoas com quem um comprometimento amoroso pode se tornar problemático e, por isso, deveria ser evitado.
- Uma pessoa incrédula. Um dos grandes perigos que alguém apaixonado corre é assumir um compromisso para o resto da vida com quem não partilha de sua fé. O fato é que alguém que não consegue aceitar ou compreender a devoção mais profunda da pessoa amada, não conseguirá compreender a própria pessoa, seus sonhos, decisões, valores e comportamento! Alguns cristãos parecem namorar na esperança de que o futuro cônjuge seja “conquistado para Cristo”. Mas essa perspectiva de “namoro evangelístico” nunca foi a estratégia bíblica para o avanço do Reino de Deus e não há promessas bíblicas de que Deus abençoará a desobediência dos seus filhos. Se o apóstolo Paulo escreveu que o crente não deve se colocar em jugo desigual com o incrédulo (2Co 6.14), por que insistir e tentar o Senhor escolhendo alguém que seja incrédulo para namorar, noivar e casar?
- Uma pessoa abusiva. A Bíblia ensina que o verdadeiro amor é “benigno” (1Co 13.4), mas a pessoa abusiva pratica o mal até contra quem ama. Também, o verdadeiro amor é caracterizado pela ausência do medo, pois “o perfeito amor lança fora todo medo” (1Jo 4.18). O casamento é um compromisso fundamentado no amor e no respeito de um para com o outro. Assim, qualquer relacionamento marcado pelo abuso emocional, verbal ou físico contraria esse princípio e está fadado a ser traumático.
- Uma pessoa viciada. Vício é escravidão! O objeto dessa escravidão pode ser algo ou alguém. O problema é que o escravo não tem vontade livre, mas está sempre subordinado àquilo que ele se entregou. Em outras palavras, o viciado é uma pessoa controlada pelo objeto de seus desejos. Infelizmente uma pessoa viciada não possui determinação suficiente para manter os compromissos assumidos, pois ela já está comprometida com aquilo que a controla. Talvez tenha sido por isso que Paulo disse que todas as coisas lhe eram lícitas, mas ele não se deixaria dominar por nenhuma delas (1Co 6.12). De fato, o relacionamento que uma pessoa viciada necessita para se libertar do vício, antes de tudo, é a intimidade com Cristo, pois ele é a verdade que liberta (João 8.32).
- Uma pessoa controladora e manipuladora. O manipulador não aceita outra perspectiva que não seja a sua! Por essa razão ele está geralmente sugerindo mudanças, fazendo críticas, jogando com as palavras, controlando as decisões, contestando as preferências e se sentindo incomodado se algo parece estar “fora do seu radar”. A atitude do manipulador parece ter o seguinte padrão: primeiro há um pedido, depois uma súplica, se contrariado, ele se faz de vítima e, por fim, fica irado e até violento. Ao final, quando o relacionamento já foi afetado, sua justificativa sempre será: “eu só quis ajudar”. A Bíblia afirma que sentimentos facciosos como esses produzem “confusão e toda espécie de coisas ruins” (cf. Tg 3.16).
- Uma pessoa iracunda. De fato, ira pecaminosa é a expressão da perda do controle. Quando não conseguimos controlar a situação, a pessoa amada ou a conversação, geralmente respondemos com explosões de ira. O problema é que a pessoa dominada pela ira dificilmente conseguirá controlar suas ações. Todavia, se alguém não consegue controlar sua ira antes de se casar, o casamento não será o remédio para esse mal. A atitude do iracundo pode até piorar logo após os primeiros dias de casado. As Escrituras advertem contra se associar com o iracundo ou andar com o colérico, pois seu procedimento acaba influenciando e isso traz prejuízos para a alma (cf. Pv 22.24-25). Dessa forma, se a pessoa que você ama não consegue controlar o seu temperamento no trânsito, em uma discussão, em ocasiões de pressão etc., o melhor a fazer é conversar com ela sobre esse problema. É necessário se certificar de que ela tenha consciência dessa deficiência e ver se ela está interessada em procurar uma solução para esse mal.
- Uma pessoa mentirosa e enganadora. Qualquer relacionamento, para se desenvolver satisfatoriamente, necessita da confiança mútua. Todavia, como confiar em alguém que continuamente está enganando ou mentindo? Qualquer mentira tem o propósito de esconder ou torcer a verdade e destrói a segurança necessária a um relacionamento duradouro. Além do mais, a mentira “tem pernas curtas” e logo é descoberta, causando o sofrimento daquele que foi enganado e o prejuízo do enganador (cf. Pv 19.5 e 9).
- Uma pessoa narcisista e egocêntrica. O narcisista só tem atenção para si mesmo, pois ele se ama demasiadamente. Dessa forma, a pessoa narcisista se preocupa mais com sua aparência, com seus sentimentos, do que com a felicidade da pessoa amada. O problema é que casamento é um “projeto comunitário” e não um investimento solitário. Quando as responsabilidades no relacionamento não são compartilhadas pelo casal desde o namoro, isso já é indício de que haverá problemas no casamento. Além do mais, humildade, compaixão e respeito pelo outro são belezas do caráter que não envelhecem com o passar do tempo (cf. 2Tm 3.2-5).
- Uma pessoa que não consegue controlar seus gastos financeiros. Na sociedade atual as pessoas geralmente são valorizadas pelo que possuem e não por quem são. Nesse contexto, posses são julgadas mais importantes do que virtudes! Por isso, o consumismo parece ser uma enorme tentação àqueles que desejam ser amados e valorizados no mundo. O problema é que isso resulta em dívidas e problemas financeiros. A pessoa que não consegue controlar seus gastos acaba tendo que ser sustentada por outros, inclusive a pessoa amada. Também nesse caso, o problema não se resolve com o casamento. O apóstolo Paulo escreveu que “alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (1Tm 6.10). Essa verdade continua sendo cumprida em muitos relacionamentos contemporâneos.
- Uma pessoa que não consegue concluir projetos básicos. O sábio de Eclesiastes escreveu que “quem somente observa o vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará” (Ec 11.4). O princípio ali enfatizado é que a falta de diligência nos projetos afeta diversas áreas da vida: subsistência, sustento próprio, provisão para outros etc. A pessoa que não consegue cumprir a responsabilidade assumida em questões básicas, dificilmente terá êxito no projeto matrimonial. E o resultado disso pode ser frustração para ambas as partes. Por isso, é importante que desde o namoro seja notado se a pessoa amada revela seriedade na conclusão de projetos, pois aquele que é fiel no pouco, também o será no muito (cf. Lc 16.10).
- Uma pessoa que não consegue “cortar o cordão umbilical”. Honrar pai e mãe é um mandamento bíblico. No entanto, a Bíblia também ordena deixar pai e mãe para se unir à pessoa amada no casamento (Gn 2.24). Nesse caso, “deixar” não significa “abandonar” nem “esquecer”, mas assumir a independência em questões elementares da vida, como as finanças, maturidade emocional e espiritual. Isso é verdade especialmente para o homem (a expressão foi dirigida a Adão), mas também possui implicações para a mulher. O fato é que nenhum casamento sobrevive bem se um dos cônjuges está sempre ameaçando “voltar” para os cuidados da mamãe! Por essa razão, é importante fazer distinção de amor e respeito aos pais daquela dependência que incapacita e debilita a pessoa na construção de um relacionamento conjugal que honra a Deus.
Que o Senhor nos abençoe em nossas decisões a fim de que elas sejam não apenas ajuizadas, mas fundamentadas nas Escrituras. Somente assim teremos a garantia das bênçãos diárias do Senhor sobre nossos relacionamentos.
Pr. Valdeci Santos
2 Comments
Vinicius Martins
Gostaria de agradecer a Deus pela sua vida Rev, o tema abordado acima é muito oportuno pois a sociedade em si, está necessitando de instruções vinda dos alto céus.
Peço a Deus orientação acerca desse tema, afim de ter sucesso na escolha da minha esposa. E claro que venha ser moldado por Cristo também.
Maria de Jesus
temos que ora e espera no Senhor
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